Legislativo entregou Título de Cidadão Honorário de Pato Branco para o comunicador e professor Moraes Rodrigues

por Laiane Carniel publicado 22/04/2024 17h08, última modificação 22/04/2024 17h08
Solenidade foi realizada na sexta-feira (19), no Plenário da Câmara Municipal

Em Sessão Solene, realizada na sexta-feira (19), no Plenário da Câmara Municipal, o Legislativo entregou o Título de Cidadão Honorário de Pato Branco para o comunicador Sebastião Maria Moraes Rodrigues. A homenagem, proposta pelo ex-vereador, da 16ª Legislatura (2017-2020), Ronalce Moacir Dalchiavan e aprovada, por unanimidade, por todos os demais vereadores, é a mais alta honraria entregue pela Casa e reconhece o homenageado como um conterrâneo, um filho de Pato Branco, por seus relevantes serviços prestados à comunidade. A solenidade contou com a presença da família, amigos, colegas de trabalho da Rede Celinauta e a imprensa.

A abertura da Sessão Solene foi realizada pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Eduardo Dala Costa (Republicanos). Após a entrega do Título, Eduardo afirmou ser uma grande honra homenagear alguém que, desde a chegada em Pato Branco, se dedicou a transformar o município. “É importante quando a sociedade reconhece os valores e as virtudes de um cidadão que veio morar em Pato Branco e, nesta data, reconhecemos Moraes Rodrigues, como é conhecido pelos ex-colegas da Fundação Cultural Celinauta - de onde reconhecemos sua voz marcante - e por muitas outras pessoas, sejam dos movimentos sociais, religiosos e das amizades”, disse Eduardo.

“Moraes Rodrigues escolheu Pato Branco como sua terra, para construir seu lar, escrever sua história de vida, constituir família e contribuir para a mudança social. Devemos ser gratos por essa escolha, pois ele, juntamente, com o saudoso Frei Nelson Rabelo ajudou a transformar a comunicação de Pato Branco e do Sudoeste do Paraná”, concluiu o presidente.

O ex-vereador, proponente do Título, Ronalce Moacir Dalchiavan, disse ser uma noite especial. “É com muita alegria que volto a essa Casa de Leis para a entrega desta homenagem, que reconhece o excelente trabalho prestado por Moraes Rodrigues nos últimos 45 anos, como educador e como comunicador. Logo após sua chegada, ministrou aulas de português em diversos locais de Pato Branco e foi responsável por criar programas como o Palavra Amiga e Minuto da Família que são, carinhosamente, lembrados por toda a comunidade. Por essas ações e por toda sua contribuição na vida ativa na sociedade, me sinto honrado em entregar este Título, como uma forma de agradecer por todos os anos de trabalho e dedicação aos pato-branquenses, obrigado”, concluiu Moacir.

A homenagem da família, amigos e colegas de trabalho, foi feita pelo jornalista, escritor e amigo, Rubens Camargo, que iniciou seu discurso com a frase "Vim, vi e venci", afirmando que a expressão cabe ao homenageado. “Sinto-me orgulhoso em desfrutar de sua amizade ao longo desses anos e de ser eu a fazer essa homenagem. Sabemos que seus méritos são muitos, mas ressalto que sua atuação, junto ao Grupo Celinauta, certamente fez eco exemplar para os demais colegas da emissora e seus mais de 40 anos em Pato Branco foram mais do que a passagem do tempo, foram exemplo a ser seguido por profissionais, familiares, amigos, alunos e ouvintes. Seu modo de ser e agir, é motivo de orgulho aos familiares”, afirmou ele.

“Parabéns nobre e fraterno amigo, que suas escritas d’ora em diante, por letras ou palavras, prossigam por entrelinhas de paz e voz de fraternidade. Seja pois, nobre homenageado Moraes Rodrigues, o representante das famílias que o acolheram, dos amigos do movimento de jovens, dos ex-alunos, dos colegas de trabalho e daqueles que contigo convivem na labuta. Todos nos sentimos muito bem com sua conquista, com o seu mérito de ser o novo cidadão pato-branquense”, finalizou Rubens.

O homenageado, Moraes Rodrigues, agradecendo a todos os vereadores que apoiaram a entrega do Título e emocionado com o reconhecimento, iniciou sua fala com a frase em latim “Ubi bene, ibi patria” que, nas palavras do homenageado, significa “Onde você está bem, aí é sua pátria”. “Essa expressão norteia minhas palavras de sincero agradecimento por Pato Branco e pelo Título concedido pelo Legislativo. Aqui estou bem, daqui fiz minha pátria, minha terra. Quando vim para cá, em 1978, vindo de Petrópolis (RJ), sequer poderia imaginar que essa querida, progressista e simpática cidade iria um dia, me adotar como filho, nunca tive essa pretensão, vim aqui para trabalhar”, explicou ele. “Nunca imaginei que meu jeito simples de ser, meu trabalho e minha pessoa, pudessem um dia culminar nesse momento  particular e especial que vivo, que honra, vocês não podem imaginar. Eu me considero um privilegiado”, falou ele, emocionado.

“Eu estou em casa, eu estou bem! E qual o lugar onde você se sente bem, onde você desenvolve seus talentos, onde você tem oportunidades e se sente útil, que você não passa a amar como sua cidade ou como sua pátria? É assim que eu sem sinto, desde que aqui cheguei. Fiz de Pato Branco minha casa, meu chão, e pátria, caros amigos, é esse sentimento de pertença a cada um e a tudo que nos envolve. Então registro o meu profundo agradecimento a todos que, com essa bela honraria, me coloco no hall daqueles que tiveram a graça de nascer nessa cidade, eu vou exibir com santo orgulho este Título, agradecendo primeiro a Deus, que me colocou nessa terra prometida, e depois aos amigos, ex-colegas, ex-alunos e familiares. Essa honraria eu dedico a vocês, que foram meus professores de “pato-branquismo”, esse neologismo que criei e que significa a “arte de amar Pato Branco”. Para finalizar, recordo a minha frase, guardem sempre, “Ubi bene, ibi patria”, viva bem, no lugar onde Deus o colocou”, concluiu o homenageado.

 

 

Biografia

Sebastião Maria Moraes Rodrigues nasceu em Vila de Caparaó, zona da mata mineira, em 27 de março de 1949. Filho de Sebastião de Assis Rodrigues, alfaiate, e de Maria José Moraes Rodrigues, dedicada ao lar e à costura. Da união de seus pais nasceu também duas meninas, irmãs de Sebastião. Sua formação cultural teve início em Petrópolis - RJ, onde fez seus estudos primários.

Aos onze anos, motivado por influência religiosa, ingressou no seminário dos padres franciscanos, em São Paulo, permanecendo ali por nove anos, onde concluiu o ginásio e o segundo grau. Ao final de 1969, Sebastião deixou o seminário e voltou à Petrópolis. O ano de 1970 marcou seu ingresso no curso de Oficiais da Reserva do Exército Brasileiro, onde obteve a patente de Segundo Tenente. Concluído o período da caserna, cursou a Faculdade de Letras da Universidade Católica de Petrópolis. Após sua formatura, passou a ministrar aulas de Língua Portuguesa e Literatura até o momento em que recebeu um convite do Frei Nelson para conhecer Pato Branco e, possivelmente, trabalhar nos meios de comunicação, dirigidos pelos frades franciscanos.

Sem pensar duas vezes, Sebastião aceitou o desafio. Programou uma breve viagem de passeio em julho de 1978 e teve o primeiro contato com os ares pato-branquenses. Como foi muito bem recebido e tendo feito já alguns amigos dentre os jovens "encontristas", Sebastião afirma que seu coração balançou. Conheceu, na oportunidade, a estrutura da Fundação Celinauta e o seu sonho futuro: a instalação em Pato Branco de um canal de televisão. Viu a torre desmontada e o transmissor encaixotado e isso fez seus olhos brilharem. Naquela hora, segundo Sebastião, ele decidiu: plantaria em Pato Branco o seu futuro.

Voltou à Petrópolis, encerrou todas as suas atividades profissionais e, no dia 25 de dezembro de 1978, em um dia de Natal, despediu-se de seus pais, irmãs e amigos, juntou o pouco que tinha e tomou o caminho para Pato Branco, com uma fé imensa no futuro que a cidade lhe proporcionaria.

Ao chegar em Pato Branco, foi novamente bem recebido pelos amigos que aqui havia deixado. Descansou da viagem e começou a trabalhar imediatamente e a conviver intensamente, como forma de evitar que o coração voltasse atrás. Assim aconteceu. Como tinha formação superior, Sebastião foi convidado para ministrar aulas de Língua Portuguesa. Conseguiu por vários anos conciliar as atividades do rádio com a de professor.

Por muitos anos, lecionou nos colégios: La Salle, Possídio Salomoni, Colégio Anchieta, Premem, Bandeirantes e na Faculdade de Ensino Superior (Funesp). Este período em que esteve junto aos jovens estudantes, fez muitos amigos, que até hoje lhe chamam de "mestre". Segundo ele, isso lhe traz muita gratificação. Em 1986, casou-se com Marizete Fátima Pastorello, com quem teve dois filhos: Guilherme Pastorello Rodrigues (engenheiro eletricista) e Amanda Pastorello Rodrigues (médica).

Como as atividades do rádio aumentaram, com a chegada da Rádio Celinauta FM, a mudança da programação da saudosa rádio Pato Branco e, com a aprovação do canal de TV, Sebastião preferiu deixar as aulas e se dedicar ao objetivo principal que lhe trouxe à Pato Branco: a comunicação. A partir deste momento, como ele diz, se atirou de corpo e alma atuando em todas as áreas da mídia. Como homem apaixonado pela comunicação, teve a oportunidade de criar, junto com as equipes de rádio e TV, diversos programas de interesse da comunidade, como: campanhas de educação do trânsito, vinhetas de incentivo à solidariedade, acolhida ao próximo, campanha de agasalho, ajuda humanitária e eventos artístico-religiosos, como o "Concurso de Presépios", em parceria com o Departamento de Cultura, que movimentou por cerca de oito anos os artesãos de nossa cidade, no período de Natal. Todos estes projetos conseguiram, por anos, unir a arte com a espiritualidade natalina.

Por vários anos atuou como coordenador artístico da Rádio Celinauta, ajudando a direção a criar programas, pesquisas, campanhas e a dar uma roupagem sempre alegre e atual para as emissoras do grupo. Um dos marcos de sua presença nas emissoras de rádio, foi a criação de programas como: 'Palavra Amiga' e 'Minuto da Família' que até hoje são veiculados em rádio e TV. O programa 'Palavra Amiga' ganhou inclusive uma nova roupagem e transformou-se em livro, que foi doado integralmente ao SOS Vida, obra assistencial dos franciscanos em Pato Branco. O livro teve uma boa repercussão na sociedade.

Segundo Sebastião, o que mais lhe gratificou, trabalhando na área de criação de comerciais para rádio e televisão, foi a oportunidade de fazer contato com empresários de diversos ramos. Entre eles fez muitos e bons amigos, que confiaram em seu serviço. Ao completar 40 anos de serviços ininterruptos para a Fundação Cultural Celinauta, retirou-se da atividade de comunicador, no dia 15 de dezembro de 2019, e hoje, dedica-se aos interesses da família.

Sebastião afirma que escolheu a cidade de Pato Branco para viver e construir seus sonhos, pois encontrou aqui um ambiente propício para trabalhar, desenvolver seus talentos, constituir sua família e aumentar seu número de amigos. Nesta terra, segundo ele, deitou raízes, cresceu profissionalmente e conquistou verdadeiras amizades. Aprendeu a honrar este chão que lhe acolheu com generosidade.

Durante os anos em que reside em Pato Branco, Sebastião contribuiu ativamente para o crescimento e desenvolvimento do município, através de seu trabalho, tanto como educador quanto como comunicador local. Em paralelo, sempre esteve presente em atividades sociais, que até hoje, ajudam a comunidade.