Legislativo entrega Título de Cidadão Honorário para Luiz Francisco Silva - Pernambuco
Em Sessão Solene, o Legislativo realizou, em 12 de novembro, a entrega do Título de Cidadão Honorário, de autoria do vereador Marcos Marini (Podemos), para Luiz Francisco Silva - Pernambuco. O homenageado desempenhou papel significativo na construção da história de Pato Branco, por sua atuação enquanto pintor e serigrafista, no futebol, nas amizades que conquistou e na família que construiu. Além disso, sua maior contribuição para a cidade é um legado que permanecerá para todas as gerações futuras, a criação da bandeira de Pato Branco, e reconhecer a importância dos pioneiros de nosso município é uma das atuações dos vereadores.
Título de Cidadão Honorário
O Título de Cidadão Honorário é a mais alta honraria que uma pessoa não nascida do município recebe da Câmara de Vereadores. A cidadania honoraria equipara a pessoa homenageada à uma adoção oficial. A pessoa agraciada passa a ser um irmão, um conterrâneo, uma pessoa da terra natal.
Mais do que prestar uma homenagem, a solenidade de outorga do Título de Cidadão Honorário significa prestigiar e reconhecer o trabalho de pessoas que tenham se dedicado a atuar de forma exemplar, tanto eticamente quanto moralmente, e por prestar relevantes serviços à cidade, ajudando no seu desenvolvimento e na promoção do bem comum.
Solenidade
O presidente da Câmara de Vereadores, Joecir Bernardi (PSD), iniciou a solenidade enaltecendo a participação de Pernambuco na construção da história da cidade e que é unanimidade, entre todos, a importância dele e do seu trabalho. “A cidade que já te acolheu, hoje lhe reconhece, oficialmente, como pato-branquense”, afirmou Bernardi.
O prefeito de Pato Branco, Robson Cantu, também participou do ato relembrando diversas passagens de Pernambuco, principalmente, no futebol e no exemplo de vida que ele é, enquanto pai e avô, e disse estar emocionando com todos os presentes na solenidade. “É um momento de felicidade e de emoção, que alegria participar de uma homenagem para uma pessoa que representa tanto para a cidade e que, além de ter criado a bandeira de Pato Branco, ainda conquistou tantos amigos”, comemorou o prefeito.
Robertinho da Luz Dolenga, Vilmar Luiz Ferri - Ligeirinho e Rui Bodanese, realizaram a homenagem para Pernambuco em nome dos amigos, compadres e companheiros das turmas de encontros e do futebol, relembrando fatos passados e falando sobre a personalidade inclusiva, solícita e irreverente de Pernambuco, que prega peças nos amigos e acolhe a todos, organizando confraternizações com diligência e alegria, promovendo descontração, integração e a formação de laços de amizades entre todos.
Dolenga descreveu Pernambuco como possuidor de três habilidades marcantes, “a de pintor, que o ajudou a criar a bandeira de Pato Branco. A habilidade no futebol, onde demonstrou o talento e as suas virtudes, jogando com honestidade e simplicidade. E, por fim, a habilidade de gostar de pimenta e tirar sarro dos amigos, dizendo que elas são de “criancinha”, quando na verdade são fortes e picantes, pois o bom nordestino gosta de pimenta forte”, explicou Dolenga.
“Você possui valores que o destacam, é uma pessoa boa, bom pai e marido e tem bons costumes. Durante nossa vida, convivemos com milhares de pessoas que nos ensinam e, ao chegarmos ao fim da vida, percebemos que temos um pouquinho de cada uma daquelas pessoas que tivemos a oportunidade de conviver. Então, certamente, todas as pessoas aqui presentes tem um pouquinho de você, da tua simplicidade, tolerância e descontração”, concluiu Dolenga.
A esposa de Pernambuco, dona Helena Maria Silva, falou da convivência com o marido e da importância do Título, agradecendo a Câmara de Vereadores e todo o povo pato-branquense pela homenagem realizada para o esposo e pai de seus filhos. “Ele sempre soube cativar as pessoas que o rodeiam, com seu trabalho digno e criativo. Como desportista leal e exemplar. Como professor, quando alegrava e ensinava as crianças no Grêmio (Grêmio Industrial Patobranquense). Como amigo você recebeu e deu carinho e atenção. Você é um exemplo de pai e, estando juntos há 52 anos, posso dizer que você também me cativou, te amo”, declarou dona Helena.
O vereador Marcos Marini disse se sentir muito honrado em ser o autor da proposta de homenagem e que o escolheu em virtude de três principais pilares, “econômico-profissional, que, com seu trabalho nas artes gráficas, criou imagens que ultrapassaram as fronteiras pato-branquense e até brasileiras, com rótulos, outdoors, logomarcas, entre tantos outros; social-desportivo, nas atividades comunitárias, religiosas, grupos de amigos e interações sociais, como atleta, representando Pato Branco, e como presidente do time da cidade e fundador de escolinhas de base; e histórico-patrimonial, com a criação da bandeira do município, nosso maior patrimônio público”, explicou Marini.
Emocionado, após as homenagens, Pernambuco fez, por meio de fotos, uma retrospectiva de sua vida, contando do nascimento, infância e início da adolescência, no estado do Pernambuco, e a vinda para Pato Branco, seus primeiros trabalhos, enquanto pioneiro da serigrafia, a atuação no futebol e o início das amizades e a construção de sua família.
“Eu tenho muito orgulho de tudo que foi falado aqui e de todos que vieram participar desse momento comigo. Eu tive muita sorte na minha vida, eu fui bem acolhido quando aqui cheguei, sempre amparado por boas amizades. Aqui conheci a dona Helena, professora, e com ela passei e passo vários momentos, tanto de dificuldades, como de ensinamentos e de parceria. Eu agradeço por estar com ela e com ela ter criado nossos dois filhos maravilhosos. Eu agradeço de coração à todas as famílias pato-branquenses que nos acolheram e nos acolhem até hoje, aos amigos de ontem, hoje e sempre e agradeço a Deus, pelo maior presente, a minha família. Obrigado a todos, se não fossem vocês, eu não estaria aqui”, finalizou Pernambuco.
Biografia do Homenageado
Luiz Francisco Silva, popularmente conhecido como Pernambuco, nasceu na cidade de Correntes (PE), em 13 de fevereiro de 1946, e, em 1962, com apenas 16 anos, mudou-se para Pato Branco, na companhia do seu irmão Antônio, Policial Militar que vinha prestar serviço na região. Naquela época, na cidade, ainda predominava ruas de terra, a agricultura ainda não era tão desenvolvida e a eletricidade era fornecida à apenas alguns estabelecimentos, por meio de um gerador a diesel, que ficava localizado na parte central da cidade.
Em seus primeiros empregos, na antiga Concessionária da Ford e com Hermenegildo Amadori (em memória) e Dr. Osvaldo Teles, para trabalhar como vendedor na casa de tintas, Pernambuco se destacou pela habilidade em lidar com tintas e formas e de desenhar figuras e letreiros, atividade que realiza até o presente momento em sua empresa particular.
Concomitante às atividades na casa de tintas, Pernambuco recebeu um convite da Sociedade Esportiva Palmeiras para atuar como zagueiro, onde ficou conhecido pela disciplina, lealdade e técnica. Dono de um carisma ímpar, Pernambuco chegou a jogar com jogadores famosos, entre eles, Mané Garrincha, em evento festivo na cidade. Com o Palmeiras, disputou vários campeonatos regionais e estaduais. Além do Palmeiras, Pernambuco chegou a disputar a Taça Paraná, pelo Internacional Esporte Clube que, diga-se de passagem, era o arquirrival do Palmeiras em Pato Branco.
Durante os 16 anos que atuou como jogador, Pernambuco também investiu na carreira de serigrafista e designer, sendo autor de vários logotipos - de produtos e de empresas da cidade - que hoje são vistos em todo Brasil e em alguns países da América Latina. O mais importante dos símbolos pato-branquenses, amado e reverenciado, foi criado pelo Pernambuco, a bandeira de Pato Branco, que foi criada pelo jovem artista, em um concurso vencido em 1965, e foi doada ao Município, através do termo, firmado em 12 de novembro de 1985. A descrição da Bandeira consta na Lei nº 665, de 3 de maio de 1986, que dispões sobre a forma e a apresentação dos símbolos municipais.
Após a sua despedida do futebol, Pernambuco foi convidado pelo então presidente do Grêmio Esportivo Patobranquense, Dorival Lavarda (em memória) para coordenar o Departamento de Esportes do Clube. Uma das suas principais iniciativas, foi a criação da escolinha de futebol, que além da importância social e esportiva e do seu poder de socialização de jovens, contribuiu também com o futebol brasileiro e mundial, com a formação de atletas como Rogério Ceni (ex-goleiro da seleção brasileira), Lavardinha (ex-jogador da seleção brasileira de futsal), Jamur (jogou na Itália) entre outros. Entre 2002 e 2004, foi presidente do Esporte Clube Pato Branco, time de futebol de campo do município, onde também foi diretor esportivo e vice-presidente.
De acordo com o Projeto, “a história deste jovem artista das tintas e do futebol se mistura à linda história de nossa cidade. Enquanto Pato Branco crescia, se verticalizava e se tornava referência, Pernambuco contribuía com seu talento, fazendo dos dias de jogos momentos marcantes, ao mesmo tempo que coloria as placas e o cotidiano, com suas cores e traços. Viveu, cresceu, criou sua família - sendo marido da Profe. Helena e pai de Marcio Luiz Silva e Alexandra Silva Merlin e avô de dois netos - e ainda consegue tempo para alimentar a alma dos amigos, com sorrisos e histórias nas turmas da terça e da sexta que, antes na Pandemia, se reuniam no seu espaço, localizado na praça Santa Terezinha. Estas poucas palavras trazem apenas um esboço sutil da obra e da contribuição deste grande pato-branquense, que ama esta cidade e as pessoas que aqui habitam, como a sua própria existência”.